20 março, 2010

E se Grandela regressasse ao seu palacete no século XXI?

   No dia 12 de Fevereiro, Grandela regressa ao seu palacete na Foz do Arelho. A primeira coisa que vê são as mudanças. Fica muito preocupado com as alterações que foram feitas na sua casa de férias. Tudo estava diferente. De repente fica preocupado, será que ainda teria os seus objectos pessoais? Será que tinham deitado tudo fora? Que fazer agora?
       Estes pensamentos foram esquecidos com a chegada de novas perguntas: quem viveria ali?
     À medida que ia pensando nestas coisas, Grandela visitava aquela que foi a sua casa onde recebeu muitos amigos e onde escondeu muitos republicanos.
    Grandela tem medo de entrar no interior do palacete, tem medo de não gostar do que vai ver. As mudanças exteriores são muito grandes e pensa que não vai gostar das mudanças que foram feitas, provavelmente, no interior.
    Demora algum tempo a entrar, precisa de coragem, tem receio do que poderá encontrar. Acaba por entrar porque a coragem é o seu forte e a curiosidade também é muita.
    Quando entra, não fica desiludido. Sente muitas saudades do tempo em que ali foi feliz. Vê qua a sua sala das armas está mudada (tem dificuldade em se situar, mas crê que era ali a sala das armas), no lugar das armas está lá agora uma enorme sala com muitos sofás e muitos quadros. Pensa nas suas armas, onde estarão agora? Pensa nas reuniões que tivera com os republicanos para decidir o futuro de Portugal.
    Fica emocionado ao pensar na morte do rei D. Carlos e do seu filho, o príncipe Luís Filipe. Foi uma morte trágica, dolorosa para a família real e para os amigos, mas sobretudo para ele e as pessoas que estiveram directamente envolvidas no regicídio. Não foi uma decisão fácil, matar alguém não é nada fácil, nem bonito. Mas, na altura, não havia outra solução senão matar o rei.O difícil foi viver muitos anos assombrado com a ideia da morte do rei (um ser humano) e com o medo de ser denunciado.
     Grandela passeava pela sua antiga casa, enquanto pensava nestes assuntos. Mas os pensamentos voaram-lhe para longe perante a beleza da "sua" nova casa e com o som das ondas do mar. 
     Quando desce pelas escadas em caracol, assusta-se quando vê que há pessoas que nunca conheceu, na sua casa. Decide então ver os seus jardins e pensa ir à sua capela, talvez ali ainda encontre tudo na mesma. Quando chega ao exterior da casa vê que os jardins são belos e a vegetação bem cuidada, ao menos ali nada era esquisito. Do jardim olha em frente e vê a lagoa, também ela mudou, está diferente, parece que tem vindo a morrer. Fica triste. Já não é mais a lagoa do seu tempo, rica em peixe. 
     Decide então partir para o céu, parte a pensar em muita coisa, mas em especial que nada é eterno, tudo muda, nada fica para sempre. 

(Texto colectivo do 6ºD)

Sem comentários:

Enviar um comentário