Estes pensamentos foram esquecidos com a chegada de novas perguntas: quem viveria ali?
À medida que ia pensando nestas coisas, Grandela visitava aquela que foi a sua casa onde recebeu muitos amigos e onde escondeu muitos republicanos.
Grandela tem medo de entrar no interior do palacete, tem medo de não gostar do que vai ver. As mudanças exteriores são muito grandes e pensa que não vai gostar das mudanças que foram feitas, provavelmente, no interior.
Demora algum tempo a entrar, precisa de coragem, tem receio do que poderá encontrar. Acaba por entrar porque a coragem é o seu forte e a curiosidade também é muita.
Quando entra, não fica desiludido. Sente muitas saudades do tempo em que ali foi feliz. Vê qua a sua sala das armas está mudada (tem dificuldade em se situar, mas crê que era ali a sala das armas), no lugar das armas está lá agora uma enorme sala com muitos sofás e muitos quadros. Pensa nas suas armas, onde estarão agora? Pensa nas reuniões que tivera com os republicanos para decidir o futuro de Portugal.
Fica emocionado ao pensar na morte do rei D. Carlos e do seu filho, o príncipe Luís Filipe. Foi uma morte trágica, dolorosa para a família real e para os amigos, mas sobretudo para ele e as pessoas que estiveram directamente envolvidas no regicídio. Não foi uma decisão fácil, matar alguém não é nada fácil, nem bonito. Mas, na altura, não havia outra solução senão matar o rei.O difícil foi viver muitos anos assombrado com a ideia da morte do rei (um ser humano) e com o medo de ser denunciado.
Grandela passeava pela sua antiga casa, enquanto pensava nestes assuntos. Mas os pensamentos voaram-lhe para longe perante a beleza da "sua" nova casa e com o som das ondas do mar.
Quando desce pelas escadas em caracol, assusta-se quando vê que há pessoas que nunca conheceu, na sua casa. Decide então ver os seus jardins e pensa ir à sua capela, talvez ali ainda encontre tudo na mesma. Quando chega ao exterior da casa vê que os jardins são belos e a vegetação bem cuidada, ao menos ali nada era esquisito. Do jardim olha em frente e vê a lagoa, também ela mudou, está diferente, parece que tem vindo a morrer. Fica triste. Já não é mais a lagoa do seu tempo, rica em peixe.
Decide então partir para o céu, parte a pensar em muita coisa, mas em especial que nada é eterno, tudo muda, nada fica para sempre.
(Texto colectivo do 6ºD)
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